top of page

Revista eletrônica de investigações filosófica, científica e tecnológica

ISSN 2358-7482

 

Dezembro/2020, Ano VI, Volume VI, Número XX

 

Associativismo ambiental como resposta à sustentabilidade e como contribuição educativa/interdisciplinar no âmbito da ecologia urbana

          

           Publicado 28/12/2020

 

Delton Mendes Francelino

Coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF Barbacena.

 

Resumo

Este artigo discute, de forma sucinta, o Associativismo Ambiental, compreendido como o ajuntamento de pessoas, em forma de coletivos, para o questionamento, proposição de novas metodologias, práticas/processos educativos (alternativos) que sejam capazes de alçar racionalidades e saberes ambientais que possam ser compreendidos como respostas à sustentabilidade. Embora este termo tenha sido recorrentemente considerado “esvaziado”, por sua apropriação equivocada por diversos setores da sociedade, sobretudo os empresariais, acredita-se que discuti-lo, inclusive no âmbito da Agenda 2030 ainda é um importante passo para um futuro mais digno para a humanidade, os ecossistemas e todas as outras espécies, muitas das quais ameaçadas de extinção. Entende-se que diante dos severos cataclismos ambientais e socioambientais avolumados nas recentes décadas, apenas as alternativas propostas pelos governos, de modo unilateral, não têm surtido o efeito esperado e que o Associativismo Ambiental, em diversas partes do globo, tem conseguido resultados significativos, ainda que com diferentes metodologias, ideologias e práxis sociais. Neste contexto, a Ecologia Urbana, ciência relativamente nova, e necessariamente interdisciplinar, pode encontrar importantes mecanismos de estudo e aplicação para o desenvolvimento de cidades mais ecologicamente equilibradas e justas a partir do olhar e do contato com o Associativismo Ambiental, representado por organizações de pessoas com os propósitos já mencionados. Por isso, defende-se que o Associativismo Ambiental, além de resposta à sustentabilidade, figura como importante contribuição para a Ecologia Urbana. Metodologicamente, acessou-se o site de três ONGs que podem ser compreendidas como associações livres de pessoas de cunho ambiental e socioambiental para compreender um pouco do universo do Associativismo ambiental. Como quadro teórico basilar, recorreu-se a estudiosos como Morin (2000), Capra (2009) (2005), Gadotti (2000), Guatarri (1989), Horkheimer (1976), Foucault (1994), Leff (2005), Mauss (1923), Hararari (2015) dentre outros. Como resultados, é possível dizer que a dinâmica de ONGs, coletivos de pessoas, que buscam e são construídas a partir dos anseios ambientais, ecológicos, ecosóficos, figuram como importantes estímulos para a manutenção da esperança por realidades futuras mais sustentáveis e que os governos, em todo o mundo, precisam adotar políticas de maior contato e valorização dessas organizações de pessoas, que têm figurado como verdadeiras trincheiras de resistência em praticamente todos os continentes do planeta.

Palavras-chave: ONGs. Ambientalismo. Cultura-educação. Ecologia. Urbanidades;

 

Abstract

This article briefly discusses Environmental Associativism, understood as the gathering of people, in the form of collectives, for questioning, proposing new methodologies, educational practices / processes (alternative and not just formal) that are capable of reaching rationalities and environmental knowledge that can be understood as responses to sustainability. Although sustainability has been considered a “hollowed out” term, due to its misappropriation by various sectors of society, especially business, it is believed that discussing it, including within the scope of Agenda 2030 and the Paris Agreement, is still an important step for a more dignified future for humanity, ecosystems and all other species, many of which are endangered. It is understood that in view of the severe environmental and socio-environmental cataclysms that have swelled in recent decades, only the alternatives proposed by governments, unilaterally, have not had the expected effect and that Environmental Associations, in different parts of the globe, have achieved significant results, although with different methodologies, ideologies and social praxis. In this context, Urban Ecology, a relatively new and necessarily interdisciplinary science, can find important study and application mechanisms for the development of cities that are more ecologically balanced and fair from the point of view and contact with Environmental Associations, represented by organizations of people. For the purposes already mentioned. Therefore, it is argued that Environmental Associations, in addition to responding to sustainability, figure as an important contribution to Urban Ecology. Methodologically, the website of three NGOs was accessed, which can be understood as free associations of people of an environmental and socio-environmental nature to understand a little about the universe of environmental Associations. As a basic theoretical framework, scholars such as Morin (2000), Capra (1989) (2005), Guatarri (1989), Horkheimer (1976), Foucault (1994), Leff (2005), Mauss (1923),Harari (2015) among others, were used. As a result, it is possible to say that the dynamics of NGOs, collectives of people, who seek and are built from environmental, ecological, eco-friendly desires, appear as important incentives for maintaining hope for more sustainable future realities and that governments, all over the world, they need to adopt policies of greater contact and appreciation of these organizations of people, which have figured as true trenches of resistance in practically every continent on the planet.

Keywords: NGOs. Environmentalism. Culture-education. Ecology. Urbanities;

 

Resumo

Ĉi tiu artikolo koncize diskutas Mediajn Asociojn, komprenatan kiel kunvenon de homoj, en formo de kolektivoj, por pridemandi, proponi novajn metodikojn, edukajn praktikojn/ procezojn (alternativajn) kapablajn levi mediajn raciecojn kaj sciojn, kiuj povas esti komprenata kiel respondoj al daŭripovo. Kvankam ĉi tiu termino estis plurfoje konsiderata "malplenigita", pro ĝia misuzo fare de diversaj sektoroj de la socio, precipe komercaj, oni kredas, ke diskuti ĝin, inkluzive en la medio de Agendo 2030, estas ankoraŭ grava paŝo al pli digna estonteco por homaro, ekosistemoj kaj ĉiuj aliaj specioj, multaj el kiuj estas endanĝerigitaj. Oni komprenas, ke konsiderante la severajn mediajn kaj sociajn ekologiajn kataklismojn, kiuj kreskis dum la lastaj jardekoj, nur la alternativoj proponitaj de registaroj, unuflanke, ne havis la atendatan efikon kaj ke Mediaj Asocioj, en diversaj lokoj de la terglobo, atingis gravajn rezultojn, kvankam kun malsamaj metodikoj, ideologioj kaj socia praktikado. En ĉi tiu kunteksto, Urba Ekologio, relative nova kaj nepre interfaka scienco, povas trovi gravajn studajn kaj aplikajn mekanismojn por la disvolviĝo de urboj pli ekologie ekvilibraj kaj justaj laŭ la vidpunkto kaj kontakto kun Mediaj Asocioj, reprezentataj de organizoj de homoj. por la celoj jam menciitaj. Tial oni argumentas, ke Mediaj Asocioj, krom respondi al daŭripovo, aperas kiel grava kontribuo al Urba Ekologio. Metodike oni aliris la retejon de tri NRO-j, kiuj povas esti komprenataj kiel senpagaj asocioj de homoj kun media kaj socia-media naturo por iomete kompreni pri la universo de mediaj Asocioj. Kiel baza teoria kadro, erudiciuloj kiel Morin (2000), Capra (2009; 2005), Gadotti (2000), Guatarri (1989), Horkheimer (1976), Foucault (1994), Leff (2005), Mauss estis uzataj (1923), Hararari (2015) inter aliaj. Rezulte, eblas diri, ke la dinamiko de NRO-j, kolektivoj de homoj, kiuj serĉas kaj estas konstruitaj el mediaj, ekologiaj, ekologiaj deziroj, aperas kiel gravaj instigoj por konservi esperon por pli daŭrigeblaj estontaj realaĵoj kaj ke registaroj, tra la tuta mondo ili devas adopti politikojn de pli granda kontakto kaj aprezo de ĉi tiuj homaj organizoj, kiuj aperis kiel veraj rezervejoj en preskaŭ ĉiuj kontinentoj de la planedo.

Ŝlosilvortoj: NROj. Ekologiismo. Kulturo-edukado. Ekologio. Urboj.

 

 

Biografia do autor

Delton Mendes Francelino

Coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF Barbacena. Diretor do Instituto Curupira. Doutorando na UFMG em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável (PPG-ACPS).

 

Referências

 

BOFF, L. Ecologia: grito da terra, grito dos pobres. Editora Carta da Terra, 1996.

 

CAPRA, F. Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. Ed: Cultrix, São Paulo, SP, 2005.

 

CAPRA, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos, Cultrix, 2009.

 

FORMAN, R.T.T. UrbanEcology: Science ofcities. Cambridge University Press. Ed. 2, 2015.

 

FOUCAULT, M. Arqueologia das Ciências e História dos Sistemas de pensamento. Org. Manoel de Barros da Mota. Editora Forense Universitária. Rio de Janeiro, 1994.

 

FRANCELINO, D.M. Infinitas Estações: um livro manifesto pela mudança do homem e pelo respirar da natureza. Editora Bartlebee, JF, 2017. Disponível em https://bit.ly/3bLWO4r. Acesso em 08 de outubro de 2020.

 

GADOTTI, M. Pedagogia da Terra. 4ª edição. Editora Peirópolis, São Paulo/SP, 2000.

 

GREENPEACE. Tudo sobre o Greenpeace - História, luta e ativismo(2020). Disponível em www.greenpeace.org/. Acesso em 12 de setembro de 2020.

 

GUATTARI, F. As três ecologias. Tradução Maria Cristina F. Bittencourt. Campinas: Papirus, 1990.

 

HARARI, Y, N. Sapiens: uma breve história da humanidade. PA: L&PM, 2015.

 

HARVEY, D. Espaços de esperança, Ed. UFMG, 2004.

 

HORKHEIMER, M. Eclipse da razão. Tradução Sebastião Uchoa Leite. R.J: Ed. Labor, 1976.

 

INSTITUTO AKATU. Instituto Akatu (2019). Disponível em https://www.akatu.org.br/. Acesso em 12 de setembro de 2020.

 

INSTITUTO CURUPIRA. Conheça o Instituto Curupira (2019). Disponível em https://institutocurupirae.wixsite.com/institutocurupira. Acesso em 12 de setembro de 2020.

 

LEFF, E. Saber ambiental, sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 2. ed. Ed. Vozes, Petrópolis, RJ, 2005.

 

MAUSS, M. Ensaio sobre a dádiva. Trad.: António Filipe Marques. Lisboa: Edições 70, 1923.

 

MISOCZKY, M.C; BOHM, S. Do desenvolvimento sustentável à economia verde: a constante e acelerada investida do capital sobre a natureza. Cadernos EBAPE.BR/FGV, v. 10, nº3, Rio de Janeiro, RJ, 2012.

 

MMA (Ministério do Meio Ambiente. Brasil). Agenda 21; Eco 1992. Disponível em https://www.mma.gov.br/areas-protegidas/unidades-de-conservacao/o-que-sao/itemlist/category/107-agenda-21.html. Acesso em 22 de setembro de 2020.

 

MMA (Ministério do Meio Ambiente. Brasil). COP 21; Acordo de Paris. Disponível em https://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas/acordo-de-paris. Acesso em 23 de setembro de 2020.

 

MMA (Ministério do Meio Ambiente. Brasil). Rio +20 e educação ambiental. Disponível: https://www.mma.gov.br/informma/item/8447-educa%C3%A7%C3%A3o-ambiental-na-rio-20. Acesso em 21 de setembro de 2020.

 

MMA (Ministério do Meio Ambiente. Brasil). Sobre o Painel Climático Global (2017). Disponível em https://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas.html. Acesso em 22 de setembro de 2020.

 

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Edições UNESCO Brasil, 2000.

 

ONU. Acordo de Paris (2017). Disponível emhttps://news.un.org/pt/tags/acordo-de-paris. Acesso em 17 de setembro de 2020.

 

ONU. Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/. Acesso em 18 de setembro de 2020.

 

PLATÃO. A república. São Paulo: Martin Claret; 2002.

 

SEBRAE. O que é o Associativismo? Portal SEBRAE, 2018.

 

UFSM. Cartilha do Associativismo (2018). Disponível emhttp://w3.ufsm.br/estudosculturais/arquivos/incubacaocartilhas/CARTILHA%20ASSOCIATIVISMO.pdf. Acesso: 13 de agosto de 2020.

bottom of page